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Imagem: Banco de Imagens

A prévia da inflação oficial brasileira ficou praticamente estável em junho após recuo no mês anterior, sob pressão dos alimentos para consumo em casa e ainda sob os efeitos das medidas de contenção ao coronavírus pelo país.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou em junho variação positiva de 0,02%, após queda de 0,59% em maio, que havia marcado a deflação mais intensa desde 1994.

Ainda assim, o dado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais fraco para o mês desde 2006, quando a taxa foi de -0,15%.

Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 1,92%, contra 1,96% no mês anterior, mas ainda abaixo do piso da meta de inflação para este ano --- 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,08% na variação mensal, acumulando em 12 meses ganho de 1,85%.

A demanda no Brasil vem sendo afetada pelas medidas de contenção à pandemia de Covid-19, tanto pelo isolamento que vem mantendo as pessoas em casa quanto pelas perdas de emprego e renda.

O índice mostrou que o grupo com maior impacto positivo foi de Alimentação e Bebidas, com alta de 0,47% no mês. Esse resultado foi influenciado principalmente pelos alimentos para consumo em domicílio, que subiram 0,56% em junho.

Os preços da batata-inglesa subiram 16,84%, enquanto as carnes tiveram alta de 1,08%, a cebola de 14,05% e o feijão-carioca de 9,38%. A maior variação positiva entretanto, veio do grupo Artigos de residência, ao acelerar o avanço a 1,36% de 0,45% em maio.

Na outra ponta, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação. O destaque foi o recuo de 26,08% no preço das passagens aéreas, levando o grupo dos Transportes a registrar queda de 0,71% em junho, representando o maior impacto negativo.

Ainda dentro do grupo de Transportes, os combustíveis caíram pelo quarto mês seguido em junho, a uma taxa de -0,34%. A gasolina teve variação negativa de 0,17%, depois de cair 8,51% em maio.

Nesta quinta-feira, o Banco Central piorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 a uma retração de 6,4%, ante crescimento zero calculado em março, refletindo o impacto profundo da crise com o coronavírus na atividade.

Na semana passada, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto, à nova mínima histórica de 2,25% ao ano, ao mesmo tempo em que deixou aberta a porta para nova redução, condicionada à avaliação do cenário.

A pesquisa Focus mais recente realizada pelo BC com economistas mostra que a expectativa é de a inflação termine este ano a 1,61% e que a economia encolha 6,50%.